Análise e Crítica Social
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Exatamente. Esse é o meu ponto de vista também mas a questão que me coloco vai mais além: Mesmo existindo justiça, isto é, quem te fez sofrer leva o castigo merecido, isso vai-te trazer paz?
Eu coloco a questão do ponto de vista da consciência, do que é realmente a justiça para connosco próprios, do perdão ou do rancor, inclusive. Muitos dos filmes que vemos são baseados na ira, no rancor, na vingança.
O que é estar em paz numa situação em que sofreste à custa de outra pessoa?
Eu coloco esta questão de modo a ir mais além no assunto e podermos entender a razão de este tipo de medidas existirem, do que as motiva. Também é importante percebermos como ela surge (a pena de morte), e certamente, essas origens da pena de morte, não são as mesmas de hoje, levando a que a própria justificação da mesma seja diferente.
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Tenho estado algo ausente nos últimos tempos, e peço desculpa por isso.
Vamos ter agora um espaço de tempo para que sugiram um novo tema, caso contrário, irei escolher eu.
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Num momento em que tanto falamos dos direitos lgbt, pq não abordar esse tema?
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Tema 4 - LGBT
Este tema tem sido também um dos mais transversais nas sociedades contemporâneas. É um tema estruturante da sociedade levando a abertura de inúmeros debates na esfera pública.
Além disso, tem sido razão de uma infinidade de manifestações e movimentos sociais ao longo da história (e não apenas recente).
O mês de junho assinala isso mesmo, "O Mês da História LGBT é um mês de observação anual da história de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, e a história dos direitos dos gays e movimentos de direitos civis relacionados." (fonte: wikipedia).Já puxando um bocado para assuntos concretos, temos o exemplo do escândalo da uefa em não permitir que a seleção alemã iluminasse o Allianz Arena, , em forma de solidariedade com o povo húngaro que teve aprovada uma lei que inibia certos direitos sociais, com as cores do arco-íris (cores que representam o movimento).
Nesse sentido, o tema é mais do que pertinente para além da transversalidade que aborda isto é, para além de ser fundamental no funcionamento das nossas sociedades, é um tema político, social, humano.
O Debate Está Aberto!!!
Miguel da Costa - Sociologist
"When the gods wish to punish us they answer our prayers...." - Oscar Wilde -
No caso da UEFA eu concordo claramente, embora seja contra essa medida do governo Húngaro, por achar que cada um deve fazer aquilo que entender, porque só se vive uma vez, por isso devem fazer o que gostam, mas envolver política com o Futebol não acho uma boa ideia misturar, pois iria ser uma ofensa para os Húngaros, caso ocorre-se, e não é assim que se resolvem os problemas, isso até poderia gerar outras polémicas.
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Tema 2 - Legalização da Cannabis para fins recreativos
O primeiro passo foi dado em 2018, desde aí que o uso medicinal de substâncias à base de cannabis é permitido em Portugal. Não tardará que a legalização para fins recreativos seja uma realidade.
Quer do ponto de vista da saúde pública quer do ponto de vista económico parece-me ser uma boa opção.Tema 3 - Pena de Morte
A pena de morte é uma punição cruel e parece-me que a erradicação total é o rumo certo. Ainda assim, não consigo imaginar o que iria sentir se um familiar meu fosse violado ou assassinado e o indivíduo saísse impune como tantas e tantas vezes acontece.
É claro que a "justiça" está nas leis mas não quer dizer que as leis sejam as mais "justas" e é isso que faz crescer um sentimento de injustiça no meio da população. -
@moumiguel7070 said in Análise e Crítica Social:
Tema 4 - LGBT
O mês de junho assinala isso mesmo, "O Mês da História LGBT é um mês de observação anual da história de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, e a história dos direitos dos gays e movimentos de direitos civis relacionados." (fonte: wikipedia).
Tema 4 - LGBT
Gostei bastante de uma entrevista do Morgan Freeman sobre o mês da consciência negra em que ele dizia que achava ridículo e perguntava qual era o mês da consciência branca. Nenhum!
Perguntado sobre como travar o racismo a resposta dele foi...parando de falar nele. Ele deixava de chamar homem branco ao entrevistador e o entrevistador deixava de o chamar homem negro pois eles conheciam-se como Mike e Morgan. Para mim, a questão LGBT é igual. Eu sou o Joaquim. Ponto!
Não posso esperar que os meus avôs de 80/90 anos aceitem e entendam o mesmo que eu pois cresceram de outra forma. Quando falamos com alguém temos que entender quem temos à frente e não começar a disparar rótulos.
Hoje em dia ou se está no 8 ou no 80 e quem costuma extremar posições são os próprios movimentos que em nada contribuem para o que defendem. Um exemplo claro é o Black Lives Matter. Começou de forma errada. Deveria ser All Lives Matter.
Na minha opinião a UEFA esteve muito bem em proibir a manifestação no estádio. Qual é a legitimidade que Munique tem para se intrometer com a Hungria enquanto país?
O que é que a Seleção da Hungria tem a ver com o Governo da Hungira para um adepto alemão entrar em campo e afrontar a Seleção?
Eu sei que em Portugal resulta bem os políticos colarem-se ao futebol, desconhecia que esse jogo resultasse lá fora!
Eu não sou a favor do que se decidiu na Hungria mas sou contra o que se queria fazer em Munique. Se efetivamente a UEFA permitisse iria entrar por caminhos perigosos pois o Desporto não deve ser usado como arma política ou qualquer outro tipo de arma. -
Existem direitos que tens que defender todos os dias caso contrário corres o risco de os perderes.
Eu acho que o Morgan Freeman fala um pouco de boca cheia pq é quem é. Se não fosse o ator que é, provavelmente sentiria na pele o que é ser negro verdadeiramente. Mas não fugindo ao tema principal, acho a UEFA fez mal em não deixar iluminar o estádio. Um dos slogans da uefa é e sempre foi o respect e onde está esse respect agora? A uefa ficou mal na fotografia na minha opinião. -
@ferreipa said in Análise e Crítica Social:
Existem direitos que tens que defender todos os dias caso contrário corres o risco de os perderes.
Não discordo disso, discordo sim da forma como é feito. Por vezes nem é bem da forma mas sim como os órgãos de comunicação o transmitem. Se reparares quando alguém na casa dos 25 anos faz algo de bom é considerado um jovem, quando faz algo de mau é considerado um adulto...
Ainda hoje li a seguinte notícia: "Jovem de etnia cigana obriga autocarro a transportar mulher em cadeira de rodas". A etnia interessa para alguma coisa? Na minha opinião não interessa para nada, já a ação sim! Repara que alguns órgãos de comunicação social quando um grupo em Odivelas foi alertado que não podia fumar e espancou os donos do restaurante em momento algum mencionaram a etnia do grupo.
O meu ponto é o seguinte, para o bem e para o mal os rótulos não interessam, as notícias não deviam ter estas nuances. É perigoso!Eu acho que o Morgan Freeman fala um pouco de boca cheia pq é quem é. Se não fosse o ator que é, provavelmente sentiria na pele o que é ser negro verdadeiramente.
Ele nasceu nos finais dos anos 30, não tinha uma década de diferença para o Martin Luther King. Suponho que o Morgan Freeman prefira um caminho de não-violência e desobediência civil.
Mas não fugindo ao tema principal, acho a UEFA fez mal em não deixar iluminar o estádio. Um dos slogans da uefa é e sempre foi o respect e onde está esse respect agora? A uefa ficou mal na fotografia na minha opinião.
Eu discordo. Dado o contexto político do pedido a UEFA fez bem em recusar, o objetivo era visar o parlamento nacional húngaro e para mim o Desporto não deve ser usado para isso. Repara que um adepto alemão confundiu o parlamento com a seleção, o que ele fez demonstra bem a decisão acertada da UEFA, aquele adepto levou ao extremo a questão. Não fez qualquer sentido afrontar a Seleção da Hungria, se queria marcar uma posição não era ali no relvado perante 11 jogadores em nada relacionados com a decisão. Reitero que discordo do que foi decidido na Hungria.
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Após 4 dias sem atividade, vou já preparar o próximo tópico e em breve teremos mais debate!
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Tema 5 -A Saúde Mental
Este tema tem sido dos tópicos mais debatidos nos últimos tempos, existindo ainda um enorme estigma à volta do que realmente são as doenças mentais.
Duas das variantes que mais se tem debatido ultimamente é, por um lado, a da saúde mental dos jovens e, por outro lado, da população em geral devido a pandemia e as consequências da mesma nomeadamente sucessivos "lockdowns", perda de empregos, liberdades e direitos civis retirados/suspensos, entre outros fatores que podemos propor aqui.
Desta vez não vou abrir tanto o jogo e deixar que vocês o abram de modo a conseguirmos ter uma amplitude maior de perceções acerca desta temática. Contudo, deixo aqui alguns exemplos de doenças mentais mais comuns na atualidade: Burnout; Ansiedade; Pânico; Depressão.
Alguns números para podermos iniciar o debate:
"Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%).
Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%).
Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor, com uma prevalência de 7,9%.
As perturbações de controlo dos impulsos e as perturbações pelo abuso de substâncias registam taxas de prevalências inferiores, respetivamente, com 3,5% e 1,6% de prevalência.
Cerca de 4% da população adulta apresenta uma perturbação mental grave, 11,6% uma perturbação de gravidade moderada e 7,3% uma perturbação de gravidade ligeira.
As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-cardiovasculares (13,7%)."Fonte: Sociedade Portuguesa Psiquiatria Saúde Mental
Miguel da Costa - Sociologist
"When the gods wish to punish us they answer our prayers...." - Oscar Wilde -
@moumiguel7070 said in Análise e Crítica Social:
Tema 5 -A Saúde Mental
É uma questão que tenho ouvido falar muito nos últimos tempos, muito por culpa destes tempos de pandemia que atravessamos.
Acho que há uma ideia errada de que quem tem qualquer tipo de problema mental e pede ajuda, é maluquinho. É um tema sério que não deve ser encarado dessa forma.
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Existe um forte estigma a volta disto. É preciso consciencializar de que o tema não é tão linear, de que qualquer pessoa pode sofrer da mesma e que pedir ajuda não é errado.
A questão pode ir muito mais além, e a pandemia foi um dos gatilhos.
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Bora malta, este é um tema importantíssimo e que não devemos ignorar!
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Tema importantíssimo, e fundamental ser cada vez mais explorado, uma vez que ainda o vejo a ser constantemente desvalorizado por várias pessoas. "Isso não é nada", "não sejas medricas", "isso passa-te já" são expressões típicas usadas para falar acerca de questões do foro mental... No entanto, se partes um braço ou uma perna é unânime que tens de fazer o tratamento. Quando para ambas é necessário fazer as terapias necessárias para ultrapassar a situação, ou seja não há qualquer tipo de diferença.
Por vezes o medo de pedir ajuda para estas questões é muito grande, devido a todos esses preconceitos.
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Exatamente, a questão da saúde mental tem sempre essas questões que referiste associadas, ou seja, um estigma que nos leva a desvalorizar o tema e, inclusive, a prejudicar quem sofre.
A saúde mental é tão abrangente e que nos leva a questões físicas... Basta ver como uma baixa auto-estima pode derivar em problemas gravíssimos.
Por outro lado, o suicídio tem sido uma prática recorrente e, salvo erro, em exponencial crescimentos nos jovens. Este ultimo é um tema muito complexo que Durkheim, um dos fundadores da sociologia, outrora estudara e chegara à conclusão de que existe vários tipos de suicídios (e por causas sociais) e eu destaco um, embora existam mais dois tipos (o egoísta e o altruísta): o suicídio anômico - isto é, quando não conseguimos acompanhar a normalidade social e cria-se, portanto, um processo de anomia na qual não se mantêm as regras sociais normais e isto tem acontecido com sucessivas crises, com um mundo de relações vazias e líquidas, um mundo cada vez mais competitivo e individualizado (o este ultimo pode levar-nos ao suicídio egoísta, ou seja, não pertença ao coletivo).
Em resumo, a sociedade e a forma como ela se organiza pode também levar-nos a criar problemas mentais.
Ansiedade. Burnout. Frustração. Entre muitas outras, existindo algumas doenças mentais que acontecem por questões como velhice ou uma vida de excessos (alcoolismo; drogas;...)
Dois exemplos que dou sempre: A ideia de que a felicidade se compra (sociedade capitalista); a ideia de que devemos trabalhar 25 horas por dia (a individualização da sociedade). -
Não havendo atividade sobre este tema, irei dar o espaço de um ou dois dias (aproveitando que estou de férias) para sugerirem temas, caso contrário, já tenho um tema preparado, sendo este mais abrangente de modo a que o debate seja mais espontâneo pela vossa parte e, eventualmente, tornar o tópico mais dinâmico e "menos chato/denso".
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Tema 6 - Redes Sociais
As redes sociais são um ponto de viragem entre gerações e tem sido uma caraterística estrutural desta ultima geração.
Se nunca antes tinha existido uma geração tão preparada como a atual, contudo, ironicamente, nunca antes uma geração viveu pior que a sua geração anterior. Por outras palavras, o padrão que se tem verificado (e agora não se verifica) é de que os filhos vivem melhor que os pais.Existem redes sociais para namorar, para encontros casuais, para procurar trabalho, para roupa, para animais para socializar, etc... As redes sociais fazem, de facto, parte do nosso dia a dia, tendo as mais diversas utilidades e ferramentas em contrapartida das suas desvantagens. Pode dar problemas ou soluções. Pode ser bom ou mau. Podes gostar ou não. Podes ser obrigado a ter ou não.
De modo a termos um debate dinâmico, fluído e menos denso, não vou aprofundar mais sobre o tema e, sendo este um tema tão abrangente e que podem pegar por tanto lado, estão a vontade para iniciarem vocês o debate da forma que se sentirem mais confortáveis.
Miguel da Costa - Sociologist
"When the gods wish to punish us they answer our prayers...." - Oscar Wilde -
@moumiguel7070 Tenho uma opinião bastante forte acerca deste tema: a maioria das redes sociais atuais são um cancro para a sociedade.
A meu ver são vários os aspetos nos quais a sociedade ganharia com um regresso ao passado, e este é um dos principais.
Defendo esta posição por vários motivos:
- as redes sociais atuais são um esgoto a céu aberto, e isso é visível quando abres uma caixa de comentários e vês ódio gratuito, racismo, perfis falsos, entre muitas outras coisas;
- as redes sociais atuais, pela sua forte capacidade de difusão de matérias, são uma mina de ouro para difundir fake news e criar ondas de desinformação que levem as pessoas a tomar decisões erradas para a sua vida, afetando a mesma;
- as redes sociais atuais criam uma pressão muito grande principalmente nos jovens, mas não só, quase numa competição para ver quem tem mais seguidores ou likes, bem como pressão ao nível da exposição da sua vida (qualquer um é livre de não se querer expor, mas com a grande maioria das pessoas a fazê-lo é difícil uma pessoa que não o faça não se sentir de parte relativamente a outros) e do vício que criam nas pessoas;
- outro problema forte das redes sociais atuais é a pressão em termos de imagem, ou seja, criam-se estereótipos de beleza ideal, do corpo ideal que podem levar uma pessoa que se sinta fora deles a sentir-se mal consigo própria e até a doenças do foro psicológico.
Para além de todas estas desvantagens, soma-se a quase impossibilidade de viver sem ter redes sociais hoje em dia. Apesar de ser opcional as pessoas terem contas nas redes sociais, é através desses meios que a esmagadora maioria das pessoas comunicam e interagem umas com as outras. Hoje em dia já se conhecem pouquíssimas pessoas que não tenham redes sociais - eu particularmente não conheço ninguém nessa situação. Isso faz com que te tornes quase um info-excluído caso não tenhas estas redes.
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Por um lado, penso que os otimistas da esfera pública (veja-se Jurgen Habermas) têm a sua cota parte de razão quando assumem que as redes sociais poderiam ser um espaço de debate, de troca de ideias, de otimismo para a democracia.
Por outro lado, concordo maioritariamente com o que tem vindo a ser uma visão mais pessimista das redes sociais (veja-se, por exemplo, Zygmunt Bauman) quando assumem que as redes sociais tornaram as sociedades de hoje em dia mais vazia de valores, de ausência de relações sociais sólidas.Para mim, sempre foi melhor um bom fórum com a sua atividade e dinamização do que um facebook vazio de conteúdo.
Deixo-vos um pequeno vídeo (nem 4 minutos) sobre este tema, acho que vão gostar de ver:
